estudos para projeto escolar

Um outro olhar para a prática do projeto escolar
Para Manoel de Barros: ‘A importância de uma coisa não se mede com fita métrica, há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós’.
Nessa chave a produção de um espaço educativo, não deve ser compartimentado numa razão funcionalista para apenas cumprir um programa. A crítica aos espaços escolares tradicionais se relaciona com a criação de arquiteturas que controlam e sujeitam o corpo, distribuem espaços e recortam tempos na lógica do capital. Historicamente os espaços livres vem se tornando menores em função daqueles construídos. Corredores, filas, janelas altas, distribuição uniforme de mesas são exemplos de organizações que evidenciam o controle da mente sob o corpo.
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Incluído nas referências de projeto estão exemplos de pré-escolas que desenvolvem todo o seu cotidiano em florestas nos arredores das cidades, essa possibilidade indica para os projetistas que existe educação sem arquitetura. Qualquer ambiente que dialogue com a escala e sensibilidade da criança tem potencial de ser um espaço educativo. Na primeira etapa da infância, o brincar é a forma mais completa de interação consigo, com o meio e com o outro. Em escolas urbanas esse espaço livre toma forma no pátio, e quando este deixa de ser visto como o ‘negativo’ do espaço construído ele se transforma num microcosmos do mundo. O espaço livre assume um papel central no desenho de espaço proposto pelo projeto, todas as outras coisas se desenvolvem ao redor e nutrem a vida desse interior.
‘O pátio escolar de recreio é um cenário complexo, analisando formalmente com pretensões investigativas se assemelha a mirar um caleidoscópio, qualquer rotação mostra um objeto diferente, e o que até esse momento se acreditava configurado se transforma e desaparece’ Víctor Pavía, El Patio Escolar: El Juego en la Libertad Vigilada
projeto de escola primária
ficha técnica
ano: 2021
cidade: são paulo
bairro: butantã
status: não executado
tipo: projeto arquitetônico e de espaços livres
desenhos: gabriel neistein
desenhos técnicos
desenhos à mão
maquetes
maquetes
horta escolar: projeto de paisagem na EMEF José Maria Lisboa
Esse projeto teve início a partir do convite do Grêmio da EMEF José Maria Lisboa para um grupo de permacultores e arquitetos pensarem soluções para implantar uma horta na escola pública, localizada no bairro da Saúde. A arquitetura térrea da EMEF faz parte de um sistema de espaços livres com outros equipamentos públicos envoltos por um corredor verde. O partido do projeto foi de criação de dois espaços para plantio e convívio, que incorporam diferentes ciclos da Terra e da Água.
ficha técnica
ano: 2021
cidade: são paulo
bairro: saúde
tipo: paisagismo
status: não executado
colaboração: cecília barreto
desenhos: gabriel neistein
fotos de processo
situação urbana
plantas esquemáticas
desenhos à mão
espaço terra: voltado para as dinâmicas sociais e extrovertidas da vida escolar
espaço água: ambiente de relaxamento e introspecção